domingo, 22 de maio de 2011

E como estão as coisas?!


Entre tantos assuntos que fervilham no cotidiano brasileiro, nunca achei tão necessário dar espaço ao mais gritante e que sempre nos dará "pano pra manga". A política. De certo não sou eu exemplo de cientista política, mas ao meu modo critíco o que me incomoda. Sendo assim, peço-lhes de antemão desculpa por algum discurso falho, fraco, pobre ou até uma possível forma erronea de tratar tal assunto. Porém, acredito que todos entenderão o que eu quero dizer.

O objeto: Eleições para reitoria da Universidade Federal de Alagoas.

Há mais ou menos um mês atrás toda a comunidade acadêmica da UFAL tomou um susto ao saber da convocatória para eleições da reitoria. Marcada para o mês de junho (08/06), um mês onde o esvaziamento da universidade se inicia por conta das férias, tendo apenas o mês de maio para travar os debates e as campanhas. De cara fica claro a tentativa de golpe por parte da atual reitoria para poder garantir os votos para seu indicado Eurico Lobo.
Outra notícia que veio a surpreender foi a indicação para vice reitora de Eurico: a professora Rachel Rocha, antropóloga do Instituto de Ciências Sociais. Tal surpresa não se trata diretamente de ser ela a candidata, e sim de como o curso levaria essa candidatura.
Vale ressaltar a profissional séria e dedicada que é Rachel, atual diretora do ICS, professora presente, atenciosa aos alunos, NINGUÉM NUNCA, JAMAIS DUVIDOU DO COMPROMISSO DELA COM O CURSO. Mas o aparelhamento com Eurico é, inicialmente, determinante para tal preocupação.

Temos ouvido por meio de professores do proprio ICS que o curso agora teria a visibilidade que merece se elegermos Eurico. Mas peraí, é preciso ter uma reitora pra poder um curso, seja x ou y, receber os recursos que lhe é de direito? Veja bem, logo todos os cursos precisariam ter um possivel vice ou reitor pra ter a "visibilidade" que merece? Todo cuidado é pouco nesse caso.

Temos q saber dividir o pessoal do político, o personalismo, mesmo que uns e outros utilizem, não e o melhor a se optar. Eurico é a real continuação da atual reitoria. Prega a expansão, a interiorização até a internacionalização (sabemos q isso implica em mais recursos privados dentro da universidade pública), da Universidade. Mas e a qualidade, onde está em seu discurso?! Aumentar, aumentar, maquiar é o que ele realmente propõe.

Por fim, o discurso do apartidarismo "queremos acabar com a UFAL partidária" é, mas ninguem cita que a Ana Deyse é filiada ao PSB ne?! pq só os partidos de esquerda (combativos) são apontados qdo a fala é o apartidarismo?!

Em contraponto a tais propostas temos Valéria Correia e Ricardo Cabús, uma prosta contra-hegemônica, alternativa. Pensa na ampliação com qualidade, e infraestrutura necessária para suportar tal crescimento, além da defesa pelo "HU público, estatal de qualidade contra os modelos de gestão privatizantes", enfim, a UFAL que a sociedade precisa, com compromisso para além dos muros do campi, com ensino público e de qualidade.

abaixo os sítios que hospedam as propostas dos candidatos: Conheça as propostas e entenda o que eu quero dizer.

http://reitoravaleria.blogspot.com
http://euricoreitor.com.br
http://paulovanderleireitor.blogspot.com


Pra terminar deixo uma citação retirada do livro de Leandro Konder - Marxismo e Alienação. Pra quem se acha apolítico.

“A Política é uma dimensão da atividade humana. Desde que, com ou sem vontade de fazê-lo, os homens vivem em sociedade, dependem da sociedade para nascer e sobreviver, não há como ignorar a significação política que os comportamentos individuais inevitavelmente assumem.”

“Tantos as ações quanto as omissões do indivíduos repercutem sobre as pessoas que os conhece e com as quais eles lidam.”


Um comentário:

  1. Gostei bastante do texto! Desde a primeira eleição da Ana Dayse que se sabe do compromisso dela (e de seu partido, o PSB) com as imposições do MEC/PT para as universidades brasileiras, através dos programas prouni/reuni... o primeiro redirecionou a verba pública para encher os bolsos dos donos das faculdades privadas... o segundo, tão ou mais nefasto que o primeiro, veio com a mesma lógica do bolsa família: vamos distribuir migalhas até o limite, aumentar os campi e as vagas... quem acompanha as universidades há mais tempo já consegue ver o inchaço do número de alunos, completamente desproporcional ao número de professores (mesmo com as contratações de que os defensores do reuni tanto falam), campi que ninguém acreditaria que é de uma universidade pública se ali não houvesse o nome dela pendurado... se vale da condição miserável de uma população oprimida para fazer qualquer coisa... e assim conseguem o que eles precisam: votos!

    Pois bem, na UFAL isso tem sido gritante e agora pode ganhar um novo capítulo. Os argumentos de quem pretende dar continuidade a esse projeto são em geral vazios (apartidarismo que só vale pra esquerda, interiorização de mentirinha etc.), mas infelizmente para uma população desassistida até das condições de sobrevivência, fazem algum sentido... Já faz muito tempo que vi uma chapa de oposição, com um projeto diferente de universidade, aparecer com força para uma eleição. Torço muito para que, ao menos na universidade, seja possível remar contra a maré... no conjunto, Alagoas continua decepcionando, haja vista a reeleição do atual governador.

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